sexta-feira, 26 de março de 2010

BENTO XVI AOS JOVENS: A VIDA NÃO SE JOGA FORA, DEUS TEM UM PROJETO PARA TODOS

Cidade do Vaticano, 25 mar (RV) - Realizou-se na noite desta quinta-feira, na Praça São Pedro, em clima de grande festa, o esperado encontro de Bento XVI com os jovens da Diocese de Roma e da região italiana do Lácio e muitos deles provenientes da Espanha para festejar o 25º aniversário dos Dia Mundial da Juventude, criado por vontade do Papa João Paulo II.
Já de há muito é tradição este momento de oração e de partilha que envolve o Papa e as novas gerações celebrado na quinta-feira anterior ao Domingo de Ramos, ocasião em que é celebrado no mundo inteiro em nível diocesano o Dia Mundial da Juventude.
O encontro com o Santo Padre foi precedido de um momento de grande animação com os jovens, que teve início às 19h30 locais, marcado por cantos, testemunhos e coreografias.
Às 20h30 locais, o Santo Padre entrou numa Praça São Pedro lotada com 70 mil jovens que, comovidos, saudaram com entusiasmo o Pontífice. A bordo do papamovel, Bento XVI circulou pelos diversos corredores da Praça São Pedro acenando alegremente aos presentes, retribuindo assim o afeto dos jovens.
Após dirigir-se ao patamar da Basílica Vaticana, colocando-se de frente para todos os jovens, teve lugar um dos momentos de particularmente comoventes: a entrada de alguns jovens com a grande Cruz do Dia Mundial da Juventude e com o ícone de Nossa Senhora "Salus Popoli Romani".
Na saudação a Bento XVI, dirigida por seu vigário-geral para a Diocese de Roma, Cardeal Agostino Vallini, o purpurado ressaltou, entre outros, que "os jovens amam o Papa" e estão aqui – disse - "para agradecer-lhe pelo fúlgido testemunho de fé que nos oferece ao afrontar provações e incompreensões. Saiba que os jovens amam o Papa, repetiu o Cardeal Vallini, após um longo aplauso que se fez ouvir em toda a Praça.
Após a proclamação do Evangelho do jovem rico teve lugar um momento de diálogo do Pontífice com os jovens. De fato, o Santo Padre respondeu às perguntas de três deles. Antes disso, agradeceu pelo afeto e pela presença.
A vida "não se joga fora", nem deve ser vivida sem perspectiva, porque Deus "tem um projeto para cada um de nós", disse o Papa respondendo a uma jovem que lhe perguntou como se pode em nossos dias, em tempos tão difíceis, perceber a vida eterna".
O Santo Padre respondeu que "nenhum de nós pode imaginar a vida eterna, porque está fora da nossa experiência, mas podemos começar a compreender o que é vivendo a vida profundamente. Não jogar a vida fora, não vivê-la para si mesma. Viver realmente a vida em sua riqueza e totalidade.
Ademais – acrescentou - é preciso responder aos mandamentos que nos convidam a amar Deus e o próximo como a nós mesmos. Assim sabemos – disse o Pontífice – que a vida jamais é um acaso. É preciso pensar "eu sou amado, sou necessário, Deus tem um projeto para mim na totalidade da história".
Respondendo sobre como viver bem a própria vida, sem desperdiçá-la, o Pontífice frisou que "Deus olha para cada um de nós com amor". Seguindo a sua vontade – acrescentou – a vida não se torna fácil, mas feliz. "Qualquer pessoa – explicou – não se pode conhecer somente com a razão, assim como se estuda a matemática, e isso vale ainda mais para a grande pessoa de Jesus, que devemos encontrar na oração: um colóquio no qual o conhecimento se torna amor."
Bento XVI destacou que "não basta somente rezar, mas devemos também fazer". Devemos empenhar-nos pelos outros, pela vitalidade da Igreja, sugeriu o Pontífice.
Numa das questões apresentadas ao Papa, um jovem questionou sobre as renúncias difíceis de serem aceitas na vida.
"Em todo esporte, profissão, expressão artística – frisou o Pontífice – a arte do ser humano exige renúncias, e renúncias verdadeiras, que nos ajudem a não cair no abismo da droga, do álcool, na escravidão da sexualidade e do dinheiro, na preguiça. Num primeiro momento parecem ações de liberdade, ao invés – concluiu – é início de escravidões sempre mais insuperáveis. Seguir adiante rumo ao bem cria a verdadeira liberdade e torna a vida preciosa."
Bento XVI despediu-se dos jovens marcando encontro para o próximo domingo, quando os encontrará novamente na celebração do Domingo de Ramos, ocasião - recordamos - na qual será celebrado o Dia Mundial da Juventude, em nível diocesano. (RL)

domingo, 21 de março de 2010

QUEM É LEIGO?


Leigo é todo católico que é batizado. Trata-se, portanto, de pensar a palavra no cristianismo e de entendê-la a partir dali, e não de outros horizontes.
Leigo é o católico comum, que professa sua fé em Jesus Cristo como o Filho de Deus, salvador da humanidade, pois é o instaurador do Reino de Deus.
Leigo não é católico de segunda categoria, a quem falta alguma coisa. Ele é constituído como leigo pelo sacramento do Batismo.
Existem três estados de vivência da fé na igreja: o de leigo, que é o cristão batizado; o de ministros ordenados, que receberam o sacramento da Ordem (diáconos, padres, bispos); e o da vida consagrada, que é o daqueles que se consagraram por um voto solene, normalmente em uma comunidade religiosa.
Leigo, portanto, não é o inferior, aquele que não sabe, não participa ou não entende de nada, como parece ser o sentido da palavra. Leigo, na verdade, é aquele que vive sua fé na vida simples e cotidiana do mundo e da sociedade.
Há diversos locais para a participação efetiva de leigos: as CEBs, as comunidades, os movimentos, as associações, os grupos pastorais, as paróquias, os grupos de articulação de leigos, os ambientes profissionais, as comunidades de atuação e estados de vida, etc.
Por isso, existem níveis de compromisso na vida eclesial do leigo. Há aquele que se dedica decididamente aos trabalhos da comunidade; há aqueles que participam efetivamente de diversos grupos ou movimentos; há os que assumem a vivência cristã nos ambientes de sua vida, com pouca ou nenhuma presença comunitária; há aqueles que estão presentes em grupos diversos; há os que freqüentam as comunidades; há os que esporadicamente se referem à Igreja ou à religião; há os que são católicos de nome; há os que se afastaram, há os que esqueceram suas raízes religiosas. Todos os leigos, porque batizados, estão convidados a repensar seu papel, função e atuação na Igreja de hoje.
O Congresso de Leigos quer ajudar todos os cristãos a melhor se situarem no mundo e na Igreja a partir de sua fé, a fim de que realizem sua missão de ser sal da terra e luz do mundo na cidade de São Paulo.

Cônego Antonio Manzatto
Responsável pela Sub-Comissão Teológica


Fonte: Site do 1° Congresso de Leigos da Arquidiocese de São Paulo

sábado, 6 de março de 2010

EVANGELHO SEGUNDO S. LUCAS 15,1-3.11-32.

Comentário ao Evangelho do dia feito por Tiago de Saroug (c. 449-521), monge e bispo sírio.
Poema (a partir da trad. P. Grelot, 1960; cf Orval)


"Levantar-me-ei, irei ter com meu pai"


Regressarei à casa de meu Pai como o filho pródigo, e serei acolhido. Tal como ele o fez, também eu o farei: Ele atender-me-á? Eis-me a bater, Pai misericordioso, à Tua porta; abre, para que eu entre, não me perca, não me afaste nem pereça! Fizeste-me Teu herdeiro, mas eu abandonei a herança e dissipei os meus bens; que doravante eu seja como um jornaleiro e um servo.

Assim como pelo publicano a tiveste, tem piedade de mim, e eu viverei pela Tua graça! Assim como à pecadora, a quem remiste, redime também os pecados que cometi, ó Filho de Deus. Assim como a Pedro, que salvaste, salva-me do meio das ondas. Assim como pelo ladrão a tiveste, tem piedade da minha baixeza e lembra-Te de mim! Assim como fizeste com a ovelha perdida, procura-me, Senhor, e encontrar-me-ás; e a Teus ombros, Senhor, leva-me à casa de Teu Pai.

Abre-me os olhos, como os abriste ao cego, para que eu veja a Tua luz! E tal como o fizeste ao surdo, abre-me os ouvidos, para que eu ouça a Tua voz. Cura esta minha enfermidade, como a curaste ao paralítico, para que eu louve o Teu nome. Purifica-me as chagas com o Teu hissope (cf. Sl 50,9), como ao leproso purificaste. Faz-me viver, Senhor, como fizeste à menina, a filha de Jairo. Cura-me, como à sogra de Pedro curaste, porque estou doente. Faz que me levante, como o fizeste ao rapaz, filho da viúva. Como a Lázaro, que chamaste, chama-me com a Tua própria voz e desprende-me destas faixas. Porque eu estou morto pelo pecado, como de uma doença; reergue-me desta ruína, e louvarei o Teu nome! Peço-te, Senhor da Terra e do Céu, vem em meu auxílio e indica-me o Teu caminho, para que eu vá até Ti. Leva-me até Ti, Filho do Bom Deus, e eleva ao máximo a Tua misericórdia. Irei até Ti e, junto a Ti, saciar-me-ei na alegria.