Os números do Sínodo da África
Cerca de 400 pessoas trabalharão na II Assembléia para África do Sínodo de Bispos
CIDADE DO VATICANO - Padres sinodais dos cinco continentes, assim como participantes de diferentes religiões, estarão presentes na II Assembléia Especial para África do Sínodo dos Bispos, que se realizará de 4 a 25 de outubro com o tema “A Igreja na África ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz”.
Será a segunda assembléia sinodal dedicada a este continente. A primeira foi realizada em 1994. Participarão 244 padres sinodais, dos quais 228 são bispos. Estão distribuídos da seguinte maneira: 79 participarão ex officio, 129 serão eleitores e 36 de nomeação pontifícia.
Segundo revelou esta manhã em um encontro com os jornalistas o arcebispo Nikola Eterovic, secretário geral do Sínodo dos Bispos, entre eles haverá 33 cardeais, 75 arcebispos, 120 bispos, oito religiosos eleitos pela União de Superiores Gerais.
Quanto aos cargos, haverá 37 presidentes de Conferências Episcopais, 189 bispos ordinários, 4 co-auditores, 2 auxiliares e 8 arcebispos eméritos.
Estarão presentes 25 chefes de dicastério da Cúria Romana, assim como os 14 cardeais africanos. Participarão também os presidentes das conferências Episcopais, nacionais, regionais e reuniões internacionais.
Dos padres sinodais, 197 provêm da África. Os 47 restantes vêm de outros continentes: 34 da Europa, 10 da América, dois da Ásia e um da Oceania. Entre eles estão os presidentes das Conferências Episcopais de outros quatro continentes que ao início dos trabalhos se dirigirão à Assembléia.
Para os trabalhos sinodais estão previstas 20 congregações gerais e nove sessões de círculos menores, divididas em três idiomas oficiais: francês, inglês e português.
Com o fim de contribuir ao bom desenvolvimento dos trabalhos sinodais, enriquecendo a reflexão com seus testemunhos estarão presentes no Sínodo 29 especialistas, 19 homens e 10 mulheres, assim como 49 ouvintes, 29 homens e 20 mulheres.
Acolhendo o convite do Papa Bento XVI, participarão da Assembléia Sinodal três convidados especiais.
Trata-se de Sua Santidade Abuna Paulos, patriarca da Igreja Ortodoxa Tewahedo Etíope, de Rudolf Adada, ex-chefe da Joint United Nations/ African Union Peacekeeping Mission para Darfur, que se referirá aos esforços de paz na região de Darfur, e de Jaques Diouf, de origem muçulmana, diretor geral da FAO, que informará sobre os esforços da FAO para garantir a segurança alimentar na África.
Sínodo refletirá sobre ação da Igreja na África
Dom Nikola Eterovic falou sobre como serão os trabalhos
O crescimento das vocações missionárias e do número de sacerdotes, religiosos e leigos comprometidos é um dos frutos deixados pelo trabalho missionário e evangelizador que centenas de comunidades religiosas desempenham na África.
Em um encontro com os jornalistas hoje na Sala de Imprensa da Santa Sé, Dom Nicola Eterovic apresentou as novidades, assim como uma reflexão sobre as ações da Igreja na África em matéria educativa, sanitária e social.
Ele assegurou que a prioridade neste continente “tem relação com a urgente obra de evangelização que tem como reflexo inseparável a promoção humana no continente africano”.
Também se referiu à importância do tema desta segunda assembléia sinodal, “A Igreja na África ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz”, assegurando que “uma Igreja reconciliada internamente se converterá em anunciadora crível da reconciliação, também no âmbito da sociedade, dando uma contribuição insubstituível à promoção da justiça e à conquista da paz”.
Promoção social
Na África existem 53 Cáritas nacionais com a finalidade de promover a solidariedade e o desenvolvimento integral do homem. Igualmente operam ali Cáritas do Oriente Médio. Todas as organizações nacionais estão coordenadas pela Cáritas África, que tem sua sede em Kampala (Uganda).
A rede de comissões de justiça e paz funciona por meio de oito comissões regionais, 34 nacionais nas respectivas conferências episcopais. Há também 12 institutos e centros de promoção da Doutrina Social da Igreja.
Entre as obras significativas de promoção humana estão a Fundação para o Sahel, instituída a 22 de fevereiro de 1984 por João Paulo II, à raiz de sua visita apostólica a Burkina Faso.
Durante estes 25 anos, a fundação distribuiu aproximadamente 40 bilhões de dólares americanos em nove países africanos para o financiamento de projetos de acesso à água e de novo saneamento de terrenos cultiváveis, assim como de formação e educação.
No dia 12 de fevereiro de 2001, João Paulo II constituiu a fundação do Bom Samaritano, que depende do Conselho Pontifício para a Pastoral no Campo da Saúde, com a finalidade de auxiliar enfermos, especialmente da AIDS.
Dom Eterovic apresentou alguns dados sobre a presença da Igreja no campo da pastoral sanitária, segundo estudos realizados durante o ano 2007: 16.178 centros de saúde, dos quais há 1.074 hospitais, 5.373 ambulatórios, 186 leprosários, 753 residências para anciãos e inválidos, 970 orfanatos, 1.997 jardins infantis, 1.590 consultórios matrimoniais, 2.947 centros de reeducação social, 1.279 centros de saúde diversos.
Quanto a centros educativos católicos, a Igreja promove na África 12.496 escolas maternas com 1.266.444 inscritos; 33.263 escolas primárias com 14.061 alunos, 9.838 escolas superiores com 3.738.238 alunos. Nos institutos superiores estudam 54.362 pessoas. Nas universidades 11.011 cursam programas de estudos eclesiásticos e 76.432 estão inscritos em outras disciplinas.
O prelado destacou assim o trabalho de tantas comunidades que “tentam aliviar as feridas abertas no espírito e no corpo de seus irmãos, frente aos grandes desafios do subdesenvolvimento e, portanto, da fome, das necessidades e das violências, incluídas a guerra”.
Por Carmen Elena Villa
Fonte: Agência Zenit – 02/10/09
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