“Para que todo o Povo de Deus, por quem foi confiado a Cristo o mandato de ir e pregar o Evangelho a cada criatura, assuma com empenho a sua própria responsabilidade missionária e considere-a como o mais elevado serviço que pode oferecer à humanidade” - Comentário à Intenção Missionária indicada pelo Santo Padre para o mês de outubro de 2009
Cidade do Vaticano - Jesus Cristo foi enviado pelo Pai para a salvação dos homens. “Deus, de fato, não mandou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas confia à Igreja o mandato de prolongar a sua missão no mundo. “Ide, pois, e fazei discípulos todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28, 19). Nos anos seguintes ao Concílio Vaticano II, disseminaram-se algumas correntes teológicas que, mal interpretando os textos conciliares, tentavam pôr em dúvida a necessidade da missão Ad Gentes. Consideravam que pregar a fé a outros homens era um atentado à sua liberdade. O Concílio afirmou: “Nem a divina Providência nega a ajuda necessária para a salvação daqueles que ainda não chegaram ao claro entendimento e reconhecimento de Deus, mas se esforçam, não sem a graça divina, para levar uma vida reta” (LG, 16). Por que então pregar o Evangelho se eles já podem conseguir a salvação?
Em sua Mensagem para o Dia Missionário Mundial 2009, que será celebrado no domingo, 18 de outubro, o Santo Padre Bento XVI recorda que a Igreja não prega o Evangelho por ânsia de poder ou domínio das pessoas: “Reafirmo com força muitas vezes o que foi dito pelos meus veneráveis Antecessores: a Igreja não age para ampliar o seu poder ou afirmar o seu domínio, mas para levar a todos o Cristo, salvação do mundo” (Mensagem para o Dia Missionário de 2009, introdução). Ao contrário: conhecer Cristo é encontrar a liberdade! Todos os homens têm direito de receber a Boa Notícia do amor de Deus e de alcançar a plenitude humana ao chegarem a ser filhos de Deus.
A Igreja tem uma vocação de serviço, à imagem do seu Mestre, que “não veio para ser servido, mas para servir”. Assim, o Santo Padre afirma: “Nós não queremos mais do que nos colocar a serviço da humanidade, especialmente daquela que mais sofre e é marginalizada” (Mensagem para o Dia Missionário de 2009, introdução).
A humanidade dos nossos tempos está vivenciando um desenvolvimento impensável no âmbito das ciências e da técnica, ao mesmo tempo, parece sofrer de um grave esquecimento dos valores mais profundos do homem. João Paulo II afirmava na encíclica “Redemptoris Missio”, que o homem contemporâneo perdeu o sentido das realidades principais e da sua própria existência (cfr RM, 2). Sendo assim, é parte essencial da missão da Igreja iluminar o caminho do homem apresentando Cristo, Luz de todos os povos.
“A humanidade inteira, na verdade, tem a vocação radical de retornar à sua origem, que é Deus, no Qual somente encontrará o seu cumprimento final por meio da restauração de todas as coisas em Cristo” (Mensagem para o Dia Missionário de 2009, n.1). A Igreja recebeu esta missão e não pode não ser fiel a ela. Anunciar Cristo não é uma tarefa qualquer, é o centro da vida e da missão da Igreja. A missão universal deve converter-se e uma constante fundamental da vida da Igreja. Anunciar o Evangelho, recorda ainda o Santo Padre, deve ser para nós, como foi para o Apóstolo Paulo, um empenho improrrogável e primordial.
A missão é tão essencial para a Igreja que os seus membros devem estar dispostos a dar testemunho de Cristo mesmo ao preço de sacrificar a própria vida. O sangue continua a ser o testemunho mais eloquente do amor por Deus e pelos homens. A Igreja deve enfrentar o mesmo destino do seu Mestre. “Recordai a palavra que eu vos disse: um servo não é maior do que seu patrão. Se me perseguiram, também vos hão de perseguir” (Jo 15,20). A Igreja, portanto, segue o mesmo caminho e enfrenta o mesmo destino de Cristo, porque não age segundo uma lógica humana ou contando com as razões da força, mas seguindo o caminho da Cruz, e fazendo-se, em obediência filial ao Pai, testemunha e companhia de viagem desta humanidade.
Neste mês de outubro, mês missionário, somos chamados a intensificar a oração para o Espírito Santo, alma da missão, para que aumente na Igreja inteira, em todo o povo de Deus, a paixão de anunciar o Evangelho a todos os homens.
Fonte: Agência Fides - 30/9/2009
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