O dia do perdão
Rabi Krospedai disse a Rabi Yochanan: três livros são abertos em Rosh Hashaná. Um para pecadores totais, um para pessoas totalmente justas e um para os medianos. As pessoas totalmente justas são imediatamente inscritas e seladas para a vida; os pecadores totais são imediatamente inscritos e selados para a morte. E os medianos ficam suspensos, aguardando de Rosh Hashaná até Iom Kipur para ver se merecerão ser inscritos para a vida
Trecho da Guemará
Iom Kipur – o Dia do Perdão – é considerado por muitos como a data mais importante do calendário judaico, quando, de acordo com a tradição, Deus decide quem será inscrito no Livro da Vida. O Iom Kipur, também conhecido como “o Shabat dos Shabatot” ou Dia do Julgamento, encerra o ciclo dos chamados Iamim Noraim (Dias Intensos ou Dias Temíveis) e é celebrado dez dias depois de Rosh Hashaná.
A data é dedicada à expiação, orações e introspecção. Isso porque se acredita que Deus irá selar o Livro da Vida com os nomes daqueles que se arrependeram de seus pecados. É costume as pessoas se dirigirem aos familiares e amigos para pedir desculpas por algo que tenham feito ao longo do ano.
Restrições observadas em Iom Kipur visam aproximar os seres humanos da purificação. Não se deve comer ou beber, tomar banho, embelezar-se ou manter relações sexuais. É costume não trabalhar e as pessoas passam a maior parte do tempo nas sinagogas, com destaque para o final da cerimônia, quando se ouve o toque do shofar e termina o jejum de 24 horas.
Cerimônias
Na véspera de Iom Kipur, após um jantar festivo ainda no meio da tarde (para dar tempo de ir à sinagoga), as congregações liberais realizam a cerimônia inicial. A primeira reza é o tradicional Kol Nidrei (“Todos os meus pecados”, em hebraico), repetido três vezes para que todos tenham a oportunidade de escutá-lo, mesmo aqueles que chegarem atrasados. É o único serviço religioso noturno em que se utiliza o talit.
No dia seguinte, de volta à sinagoga, há diversas orações de confissões. Também é recitado o Izcor – em memória das pessoas já falecidas, assim como acontece em Shemini Atséret, no último dia de Pessach e no segundo dia de Shavuot. O Izcor é tradicionalmente rezado por aquele que perdeu um parente direto (pai, mãe, filho, filha irmão, irmão, marido ou esposa). Algumas famílias ensinam aos jovens que somente quem já é órfão de pai ou de mãe deve permanecer na sinagoga durante o Izcor. Nas comunidades liberais, aquele(a) que quer rezar por um amigo ou por aqueles que tombaram em guerras ou tragédias, por exemplo, pode permanecer na sinagoga.
O Iom Kipur termina com a cerimônia de Neilá (“Trancamento”, em hebraico), quando as sinagogas ficam lotadas, por se tratar, simbolicamente, do momento da decisão final do julgamento de Deus. As portas da Arca Sagrada, onde são guardados os rolos da Torá, permanecem abertas ao longo de toda a cerimônia, em uma analogia à idéia de que as portas do céu também estariam abertas neste momento. Ao final da Neilá, o shofar é tocado, marcando o fechamento dos portões celestes e o fim do Iom Kipur.
Fonte: Site da CIP – Congregação Israelita Paulista
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