Bento XVI pediu este Domingo que os cristãos sejam corajosos, deixando apelos à fidelidade ao Evangelho. Durante a recitação do Angelus, na residência pontifícia de Castel Gandolfo, o Papa defendeu que “a fé não basta para se salvar” e falou na necessidade de “uma vida reta e o amor puro e generoso para com o próximo, os irmãos”.
Neste sentido, desafiou a “testemunhar a nossa fé com uma vida de serviço humilde, prontos a pagar pessoalmente para permanecermos fiéis ao Evangelho da caridade e da verdade, certos de que nada se perde de tudo aquilo que fazemos”.
Citando São João Crisóstomo, Doutor dos primeiros séculos da Igreja, Bento XVI frisou que “Jesus não veio ensinar-nos uma filosofia, mas mostra-nos um caminho, melhor ainda, o caminho que conduz à vida”.
“Este caminho é o amor, que é expressão da verdadeira fé. Se alguém ama o próximo com coração puro e generoso quer dizer que conhece verdadeiramente Deus. Se, pelo contrário alguém diz que tem fé, mas não ama os irmãos, não é um verdadeiro crente. Deus não mora nele, porque como afirma claramente São Tiago na segunda leitura da Missa deste Domingo, «a fé sem as obras está pura e simplesmente morta»”, prosseguiu.
“Queridos amigos – disse ainda o Papa – amanhã (Segunda-feira) celebraremos a festa da Exaltação da Santa Cruz., e no dia seguinte Nossa Senhora das Dores. A Virgem Maria que acreditou na Palavra do Senhor, não perdeu a sua fé em Deus quando viu o seu Filho recusado, ultrajado e crucificado. Permaneceu ao pé de Jesus, sofrendo e orando até ao fim. E viu a aurora radiosa da sua Ressurreição”.
PRIMA DELL’ANGELUS
Cari fratelli e sorelle!
In questa Domenica – la 24.ma del Tempo Ordinario – la Parola di Dio ci interpella con due questioni cruciali che riassumerei così: "Chi è per te Gesù di Nazaret?". E poi: "La tua fede si traduce in opere oppure no?". La prima domanda la troviamo nel Vangelo odierno, là dove Gesù chiede ai suoi discepoli: "Voi, chi dite che io sia?" (Mc 8,29). La risposta di Pietro è netta e immediata: "Tu sei il Cristo", cioè il Messia, il consacrato di Dio mandato a salvare il suo popolo. Pietro e gli altri apostoli, dunque, a differenza della maggior parte della gente, credono che Gesù non sia solo un grande maestro, o un profeta, ma molto di più. Hanno fede: credono che in Lui è presente e opera Dio. Subito dopo questa professione di fede, però, quando Gesù per la prima volta annuncia apertamente che dovrà patire ed essere ucciso, lo stesso Pietro si oppone alla prospettiva di sofferenza e di morte. Gesù allora deve rimproverarlo con forza, per fargli capire che non basta credere che Lui è Dio, ma spinti dalla carità bisogna seguirlo sulla sua stessa strada, quella della croce (cfr Mc 8,31-33). Gesù non è venuto a insegnarci una filosofia, ma a mostrarci una via, anzi, la via che conduce alla vita.
Questa via è l’amore, che è l’espressione della vera fede. Se uno ama il prossimo con cuore puro e generoso, vuol dire che conosce veramente Dio. Se invece uno dice di avere fede, ma non ama i fratelli, non è un vero credente. Dio non abita in lui. Lo afferma chiaramente san Giacomo nella seconda lettura della Messa di questa Domenica: "Se non è seguita dalle opere, [la fede] in se stessa è morta" (Gc 2,17). A questo proposito, mi piace citare uno scritto di san Giovanni Crisostomo, uno dei grandi Padri della Chiesa, che il calendario liturgico ci invita oggi a ricordare. Proprio commentando il passo citato della Lettera di Giacomo egli scrive: "Uno può anche avere una retta fede nel Padre e nel Figlio, così come nello Spirito Santo, ma se non ha una retta vita, la sua fede non gli servirà per la salvezza. Quando dunque leggi nel Vangelo: «Questa è la vita eterna: che conoscano te, l’unico vero Dio» (Gv 17,3), non pensare che questo verso basti a salvarci: sono necessari una vita e un comportamento purissimi" (cit. in J.A. Cramer, Catenae graecorum Patrum in N.T., vol. VIII: In Epist. Cath. et Apoc., Oxford 1844).
Cari amici, domani celebreremo la festa dell’Esaltazione della Santa Croce, e il giorno seguente la Madonna Addolorata. La Vergine Maria, che credette alla Parola del Signore, non perse la sua fede in Dio quando vide il suo Figlio respinto, oltraggiato e messo in croce. Rimase piuttosto accanto a Gesù, soffrendo e pregando, fino alla fine. E vide l’alba radiosa della sua Risurrezione. Impariamo da Lei a testimoniare la nostra fede con una vita di umile servizio, pronti a pagare di persona per rimanere fedeli al Vangelo della carità e della verità, certi che nulla va perso di quanto facciamo.
[Testo originale: Italiano]
Queridos irmãos e irmãs:
Neste domingo, o vigésimo quarto do Tempo Comum, a Palavra de Deus nos interpela com duas perguntas cruciais que resumiremos assim: "Quem é Jesus de Nazaré para você?" e "Sua fé se traduz em obras ou não?". A primeira pergunta encontramos no Evangelho do dia, quando Jesus pergunta a seus discípulos: "E vós, quem dizeis que eu sou?"(Marcos 8, 29). A resposta de Pedro é clara e imediata: "Tu és o Cristo", ou seja, o Messias, o consagrado de Deus, enviado para salvar seu povo. Pedro e os demais apóstolos, portanto, diferentemente da maior parte das pessoas, crêem que Jesus não só é um grande mestre, ou um profeta, mas muito mais. Têm fé: crêem que nele Deus está presente e atua. Imediatamente depois desta profissão de fé, contudo, quando Jesus anuncia abertamente pela primeira vez que terá que sofrer e morrer, o próprio Pedro se opõe à perspectiva de sofrimento e morte. Então Jesus tem de repreendê-lo com vigor para dar-lhe a entender que não basta crer que Ele é Deus, mas que movidos pela caridade é necessário segui-lo por seu mesmo caminho, o da cruz (cf. Marcos 8, 31-33). Jesus não veio para ensinar-nos uma filosofia, mas para mostrar-nos um caminho, e mais, o caminho que leva à vida.
Este caminho é o amor, que é a expressão da verdadeira fé. Se alguém ama o próximo com coração puro e generoso, quer dizer que conhece verdadeiramente Deus. Se, pelo contrário, alguém diz que tem fé, mas não ama os irmãos, não é um verdadeiro crente. Deus não vive nele. São Tiago afirma claramente na segunda leitura da missa deste domingo: "se não está acompanhada de obras [a fé], está completamente morta" (Tiago 2, 17). Neste sentido, quero citar uma passagem de São João Crisóstomo, um dos grandes padres da Igreja, que o calendário litúrgico nos convida a recordar hoje. Ao comentar a passagem citada da Carta de São Tiago, escreve: "alguém pode ter uma reta fé no Pai e no filho, assim como no Espírito Santo, mas se não segue a reta via, sua fé não lhe servirá para a salvação. Portanto, quando se lê no Evangelho: ‘A vida eterna é que eles te conheçam a ti, o único verdadeiro Deus' (João 17, 3), não pense que este versículo basta para salvar-nos: requer-se uma vida e um comportamento puríssimo (citado in J. A. Cramer, Catenae graecorum Patrum in N.T., vol. VIII: In Epist. Cath. et Apoc., Oxford 1844).
Queridos amigos, amanhã celebraremos a festa da Exaltação da Santa Cruz, e no dia seguinte Nossa Senhora das Dores. A Virgem Maria, que acreditou na palavra do Senhor, não perdeu sua fé em Deus quando viu seu Filho rejeitado, ultrajado e crucificado, mas permaneceu ao seu lado, sofrendo e orando, até o final. E viu a aurora radiante de sua Ressurreição. Aprendamos com Ela a testemunhar nossa fé com uma vida de humilde serviço, dispostos a pagar o preço necessário para permanecer fiéis ao Evangelho da caridade e da verdade, seguros de que não se perde nada do que fazemos.
[Traduzido por Zenit©Libreria Editrice Vaticana]
Fontes: Agência Ecclesia, Vaticano e Zenit
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